Até pouco tempo a inabilidade de arrotar não era reconhecida oficialmente como uma condição médica e as pessoas sofriam em silêncio. Mas em 2019 um otorrinolaringologista americano publicou artigo onde descreve a Disfunção Cricofaríngea Retrógrada e seu tratamento
SAIBA MAISA inabilidade de arrotar, conhecida formalmente como Disfunção Cricofaríngea Retrógrada ou DCF-R, ocorre quando o esfíncter esofágico superior perde a habilidade de relaxar, impedindo que o excesso de gás em seu estômago saia pela boca.
Cada vez que engolimos, o esfíncter esofágico relaxa brevemente para permitir que o alimento siga em direção ao estômago. O resto do tempo permanece contraído. Para que uma pessoa possa arrotar, o mesmo esfíncter precisa relaxar para deixar o excesso de ar do estômago sair.
Ou seja, o esfíncter precisa relaxar para que ambos os processos sejam bem sucedidos - tanto para permitir que os alimentos entrem quanto para liberar a saída do ar pela boca. Com a Disfunção Cricofaríngea Retrógrada, isso só acontece em uma direção (anterógrada, necessária para engolir), mas não na outra (retrógrada, necessária para arrotar e vomitar).
Na maioria dos casos, a pessoa nunca arrotou ou dá micro-arrotos poucas vezes no ano, porém só reconheceu isso como um problema ou algo incomum na adolescência.
O excesso de gás presente no estômago precisaria sair por algum lugar, não é? A flatulência aumenta com o passar do dia, se estendendo até durante o sono.
Dor e inchaço principalmente na parte central superior do abdômen. A pressão no peito e na parte inferior do pescoço também são sintomas comuns. Algumas pessoas sentem uma dor aguda na barriga, costas e ombros.
Soa como o restinho de água drenando da banheira ou como o coaxar de um sapo. Em alguns casos, o barulho pode ser alto a ponto de ser ouvido por outras pessoas e causar constrangimento.
Alguns não conseguem vomitar de forma espontânea e quando induzido, o vômito vem precedido de um barulho alto e da liberação de ar (muitos usam essa técnica para alívio dos sintomas)
O excesso de ar no estômago pode comprometer até mesmo a capacidade de fazer exercícios ou subir uma escada
Nem sempre é possível liberar o ar e o resultado disso é que o cólon descendente parece dilatar, fazendo os músculos alongados em sua parede menos efetivos em mover os conteúdos do cólon
O diagnóstico é feito por meio da confirmação dos sintomas pelo paciente. O tratamento utilizado em diversos países é a aplicação de toxina botulínica (em média 75ml) feita por médico otorrinolaringologista no músculo da esfíncter a fim de enfraquecê-lo por pelo menos alguns meses. O botox pode ser aplicado no consultório guiado por eletromiografia ou sob anestesia geral usando uma técnica minimamente invasiva através da boca.
Nos primeiros dias após o procedimento é comum que o paciente tenha dor de garganta, dificuldade para engolir e refluxo. A maior parte dos pacientes que se submetem à aplicação de botox passa a arrotar normalmente em aproximadamente 1-3 meses, alguns de forma definitiva, enquanto outros necessitam de uma segunda aplicação após alguns meses.
Doença rara em britânico impedia a passagem de gases pela via superior, mas tratamento com botox o salvou do incômodo
LEIA MAISEmbora o arroto seja caracterizado como uma função corporal do dia a dia, para muitas pessoas este é um alívio desconhecido.
LEIA MAISNeste vídeo o Dr. Bastian, do Bastian Voice Institute, explica a Disfunção Cricofaríngea Retrógrada em detalhes. Ative as legendas com tradução automática em português nas configurações do vídeo.
Dr. Bastian apresenta imagens de raio-x de pacientes com distenção abdominal e falta de ar e explica por que isso ocorre. Ative as legendas com tradução automática em português nas configurações do vídeo.
VER VÍDEOArtigos científicos publicados pelo Dr. Bastian e equipe cobrindo diversos tópicos relacionados à Disfunção Cricofaríngea Retrógrada. Leitura recomendada principalmente para médicos e profissionais da saúde.
VER LISTAA Laryngopedia é uma enciclopédia sobre distúrbios da voz, deglutição e via respiratória e foi a principal fonte para criação deste site. Nela você vai encontrar mais informações sobre a DCF-R em inglês, espanhol, francês e italiano.
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